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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Crash (2004)

Crash (2004)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Crash
Colisão (PT)
Crash - no limite (BR)
Estados Unidos
Alemanha

2005cor113 min
Produção
Direção Paul Haggis
Roteiro Paul Haggis
Elenco original Sandra Bullock
Brendan Fraser
Matt Dillon
Don Cheadle
Ryan Phillippe
Thandie Newton
Género drama, violência
Idioma original inglês, coreano, espanhol, mandarim
Lançamento Estados Unidos 6 de Maio de 2005
Portugal 23 de Junho de 2005
Brasil 28 de Outubro de 2005
Orçamento 6,5 milhões


Crash (Crash - no limite (título no Brasil) ou Colisão (título em Portugal)) é um filme estadunidense e alemão de 2004, do gênero drama, dirigido por Paul Haggis.

Estreou no Festival de Cinema de Toronto em setembro de 2004 e foi lançado internacionalmente em 2005. O filme fala de preconceito em vários segmentos e trata sobre tensões raciais e sociais em Los Angeles.

Índice

Sinopse

" Em Los Angeles ninguém te toca. Estamos sempre atrás do metal e do vidro. Acho que sentimos tanta falta desse toque, que batemos uns nos outros só para sentir alguma coisa. " (Frase de Crash). Partindo de tal premissa, Crash é um filme que demonstra o retrato de uma sociedade marcada pelo preconceito. Este, no entanto, não é refletido na ingênua fórmula preto-branco, mas antes é demonstrado como uma realidade multicolorida e complexa: negros, brancos, muçulmanos, latinos, pobres, ricos .. Tudo começa a partir do roubo de um carro de uma mulher rica. A partir de então uma série de incidentes acabar por aproximar habitantes de diversas origens étnicas e classes sociais de Los Angeles: um veterano policial racista e seu jovem parceiro passivo em relação as suas atitudes, um detetive negro e seu irmão traficante de carros roubados, um bem-sucedido diretor de cinema negro que finge ser budista para não ter exposto sua origem afro-descendente, um imigrante persa que possui um pequeno comércio que vive sendo assaltado, um trabalhador latino que luta para sustentar sua família .. Todos estão lá como peões num intrigado tabuleiro de emoções que afloram conforme eles se encontram, ou melhor, se esbarram no acaso da vida do dia-a-dia. Nesses encontros, os personagens tomam consciência de quem realmente são e a maneira como conduzem suas vidas, muitas vezes patéticas. O sentimento que serve de fio condutor é o racismo presente nos EUA.

Sinopse do adoro cinema:

Jean Cabot (Sandra Bullock) é a rica e mimada esposa de um promotor, em uma cidade ao sul da Califórnia. Ela tem seu carro de luxo roubado por dois assaltantes negros. O roubo culmina num acidente que acaba por aproximar habitantes de diversas origens étnicas e classes sociais de Los Angeles: um veterano policial racista, um detetive negro e seu irmão traficante de drogas, um bem-sucedido diretor de cinema e sua esposa, e um imigrante iraniano e sua filha.

Elenco

Elenco

Sandra Bullock

Sandra Bullock

(Jean Cabot)

Don Cheadle

Don Cheadle

(Graham)

Matt Dillon

Matt Dillon

(Oficial Ryan)

Terrence Howard

Terrence Howard

(Cameron)

Thandie Newton

Thandie Newton

(Christine)

Ryan Phillippe

Ryan Phillippe

(Oficial Hanson)

Michael Pena

Michael Pena

(Daniel)

  • Karina Arroyave (Elizabeth)
  • Dato Bakhtadze (Lucien)
  • Art Chudabala (Ken Ho)
  • Tony Danza (Fred)
  • Keith David (Tenente Dixon)
  • Loretta Devine (Shaniqua)
  • Jennifer Esposito (Ria)
  • Ime Etuk (Georgie)
  • Eddie J. Fernandez (Oficial Gomez)
  • William Fichtner (Flanagan)
  • Billly Gallo (Oficial Hill)
  • Ken Garito (Bruce)
  • Nona Gaye (Karen)
  • Ludacris (Anthony)
  • Alexis Rhee (Kim Lee)
  • Ashlyn Sanchez (Lara)
  • Larenz Tate (Peter)
  • Sean Cory (Policial de moto)

Principais prêmios e indicações

Oscar 2006 (EUA)

Prêmios:

Indicações:

  • Melhor Diretor
  • Melhor Ator Coadjuvante (Matt Dillon)
  • Melhor Canção Original (In the Deep).

Globo de Ouro 2006 (EUA)

  • Indicado nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Matt Dillon) e Melhor Roteiro.

BAFTA 2006 (Reino Unido)

Prêmios:

  • Melhor Atriz Coadjuvante (Thandie Newton)
  • Melhor Roteiro Original.

Indicações:

  • Melhor Filme
  • Melhor Diretor
  • Melhor Ator Coadjuvante (Don Cheadle e Matt Dillon)
  • Melhor Fotografia
  • Melhor Edição
  • Melhor Som.

Prêmio David di Donatello 2006 (Itália)

  • Venceu na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

Independent Spirit Awards 2006 (EUA)

  • Venceu nas categorias Melhor Filme de Estréia e de Melhor Ator Coadjuvante (Matt Dillon).

Prêmio Edgar 2006 (EUA)

  • Venceu na categoria de Melhor Roteiro Cinematográfico.

Festival de Cinema de Deauville 2006 (França)

  • Recebeu o Grande Prêmio Especial.

Curiosidades




Ficha Técnica

título original:Crash

gênero:Drama

duração:1 hr 53 min

ano de lançamento: 2004

site oficial: http://www.crashfilm.com/

estúdio: Bull's Eye Entertainment / DEJ Productions / Bob Yari Productions / Harris Company / Blackfriars Bridge / ApolloProScream GmbH & Co. Filmproduktion KG

distribuidora: Lions Gate Films Inc. / Imagem Filmes

direção: Paul Haggis

roteiro: Paul Haggis e Robert Moresco, baseado em estória de Paul Haggis

produção: Don Cheadle, Paul Haggis, Mark R. Harris, Cathy Schulman e Bob Yari

música: Mark Isham

fotografia: James Muro

direção de arte: Brandee Dell'Aringa

figurino: Linda M. Bass

edição: Hughes Winborne

efeitos especiais:Luma Pictures

Premiações

- Ganhou 3 Oscars, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro Original e Melhor Edição. Foi ainda indicado nas categoriasde Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Matt Dillon) e Melhor Canção Original ("In the Deep").

- Recebeu 2 indicações ao Globo de Ouro, nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Matt Dillon) e Melhor Roteiro.

- Ganhou 2 prêmios no BAFTA, nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Thandie Newton) e Melhor Roteiro Original. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Matt Dillon e Don Cheadle), Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhor Som.

- Ganhou 2 prêmios no Independent Spirit Awards, nas categorias de Melhor Filme de Estréia e Melhor Ator Coadjuvante (Matt Dillon).

- Recebeu uma indicação ao Grande Prêmio Cinema Brasil de Melhor Filme Estrangeiro.

- Ganhou o Grande Prêmio Especial, no Festival de Deauville.

Curiosidades

- Antes de Ryan Phillippe acertar sua presença no filme o ator Heath Ledger estava em negociações com os produtores para interpretar o oficial Hansen.

- Sandra Bullock queria tanto fazer parte do elenco que pagou ela própria sua passagem de avião para se dirigir ao set de filmagens.

- Exibido na mostra Panorama do Cinema Mundial, no Festival do Rio 2005.

- O orçamento de Crash - No Limite foi de US$ 6,5 milhões.

Ligações externas

/crítica: cineplayers.com

Crash - No Limite
(Crash, 2004)
Por Andy Malafaya Avaliação: 9.0

Uma obra-prima que coloca seus personagens em situações extremas. Imperdível!

Poucas são as vezes que nos damos ao luxo de pararmos e refletirmos sobre nós mesmos. É da condição humana deixar esquecido o que realmente somos, para agirmos de acordo com as regras impostas pelo convívio em sociedade. Essa personalidade que muitas vezes pensamos nem mais existir acabam vindo à tona, geralmente em situações das mais inapropriadas, aquelas no qual estamos enraivecidos, nervosos, descontrolados. Situações extremas, enfim. Nada mais apropriada, portanto, uma das frases de divulgação de Crash - No Limite: "Você pensa que conhece a si mesmo. Você não faz idéia".

É justamente essa a questão que aborda Paul Haggis, diretor e roteirista do filme. Com vasta experiência na televisão americana, onde trabalhou em diversas séries, e com um filme no currículo (Hoje É Dia de Rock, que foi lançado diretamente em vídeo), ele "surgiu" finalmente no cinema quando escreveu e produziu o premiado Menina de Ouro, de Clint Eastwood, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de roteirista. Haggis, hoje com 52 anos, acumulou experiência suficiente para almejar algo grande o bastante para si mesmo, que acabou se traduzindo em Crash - No Limite. A partir de uma idéia surgida quando ele próprio se envolveu em um acidente automobilístico, Haggis criou um painel entrelaçando diversos personagens sem aparente conexão na Los Angeles, um dos grandes celeiros de diversidade da América atual. Los Angeles, aliás, parece ser o cenário preferido para este tipo de filme. Robert Altman já tinha utilizado a cidade em seu primoroso Short Cuts - Cenas da Vida, e Paul Thomas Anderson incrustou o subgênero no mapa com o magnífico Magnólia, um dos mais importantes filmes da década passada. Não por acaso que Haggis a escolheu para traçar sua história sobre identidade e racismo.

A forma como Haggis desenvolve sua história é crua e direta, sem qualquer tipo de concessão. Talvez, por isso mesmo, o filme seja tão curto (menos de duas horas de filme) e tão poderoso. Desde os primeiros minutos até a conclusão, a sensação que o filme passa é de excitação constante, como se a intenção fosse nos tirar o fôlego. Talvez, por nos vermos ali, em cada personagem, em cada situação apresentada. Uma, em especial, é das mais aterrorizantes para qualquer cidadão de classe média: quando uma rica dondoca (Sandra Bullock, finalmente uma grande atriz, não uma estrela) humilha o seu empregado chicano (o sensível Michael Pena, uma grata revelação). A habilidade do roteiro cria toda uma estrutura para que essa cena seja primordial para o funcionamento do filme. A mulher, fragilizada, amedontrada e só, encontra naquele homem simples uma forma de despejar toda a sua frustração com a vida. Mais comum, impossível. E por isso mesmo, tão impactante. É a classe vendo a si mesmo de forma crua e inesperada. Algo que Beleza Americana fez em um outro contexto e com outros propósitos. Mas com igual impacto.

O filme basicamente se concentra em pequenos núcleos dramáticos que aos poucos vão se relacionando e despindo as camadas que compõe cada personagem e cada situação. Temos, por exemplo, o rico casal negro que é desestruturado ao sofrer uma abusiva revista policial. Ou a amedrontada família persa que, em pós 11 de Setembro, ainda tenta fixar raízes em um país que os renega. Ou ainda a dupla de jovens negros assaltantes que fogem a qualquer estereótipo.

Não há espaço no roteiro para personagens principais. Todos são relevantes na mesma proporção, com igual importância para a trama. Todos absolutamente críveis e condizentes com seus atos - não há espaço aqui para redenção ou maniqueísmos, duas das armadilhas mais comuns nas quais o roteiro poderia se ancorar. Alguns personagens são construídos com o desenvolver da história, outros são magnificamente desconstruídos (a personagem do policial honesto interpretado por um contido Ryan Phillippe é o maior exemplo).

É ótimo perceber que Haggis não se intimidou com a direção do longa. Que é ótimo roteirista, isso já sabíamos, mas como diretor era praticamente uma incógnita. Além de preservar um ritmo sufocante (um ótimo trabalho também de edição), ele provou ser um ótimo diretor de atores também, já que extraiu performances arrebatadoras de um elenco muitas vezes visto como descartável. Uma prova que atores bem dirigidos podem render muito bem em mãos seguras. Que o diga Matt Dillon, na pele de um amedrontador policial, que lhe rendeu as melhores críticas de sua carreira. Ou Thandie Newton, absolutamente fantástica na pele de uma mulher em frangalhos após uma acareação, que reencontra o seu algoz no momento em que sua vida está por um fio. Há ainda que se citar Terrence Dashon Howard, como o impotente marido que não sabe o que fazer ao perceber que está perdendo sua mulher sem que possa fazer qualquer coisa para reverter a situação.

Toda essa coragem ao colocar o dedo na ferida que todos tentam esconder rendeu dividendos incalculáveis para Haggis (e alguns detratores hipócritas também). Seu filme, que custou apenas seis milhões de dólares, rendeu quase dez vezes mais (uma proporção incrível em se tratando de uma produção de baixíssimo custo), catapultando-o para o hall dos grandes nomes do cinema atual e com muitas perspectivas nas premiações do próximo ano (o filme foi lançado nos Estados Unidos ainda no primeiro semestre, e mesmo assim ainda segue como nome "forte"). Haggis conseguiu que durante duas horas nos espelhássemos naquilo que estávamos vendo e que pudéssemos parar posteriormente, respirar e analisar nossas atitutes. Talvez amanhã. Ou quando nevar novamente em Los Angeles.


Por Andy Malafaya, em 29/10/2005 Avaliação: 9.0

Notas - Equipe
Alexandre Koball 6.0
Daniel Dalpizzolo 5.0
Rodrigo Cunha 8.0
Priscila Sampaio 9.0
Régis Trigo 8.0
Demetrius Caesar 6.0
Silvio Pilau 9.5
Emilio Franco Jr. 10.0
Vlademir Lazo 1.0
• Média 6.9
Notas - Usuários
7.7 (778 votos)

Ficha do Filme



Crash - No Limite
(Crash, 2004)
Direção:
- Paul Haggis
Elenco Principal:
- Don Cheadle
- Sandra Bullock
- Brendan Fraser
Sinopse: Um acidente de carro em Los Angeles provoca a colisão de várias raças. A cultura de cada um, seus julgamentos e crenças serão colocados agora em conflito, em uma sólida análise dos conflitos raciais nos Estados Unidos.

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