Favorito, o medalhista olímpico dispara e tem a vitória assegurada na corrida. Mas para no lugar errado, achando que alcançou a linha de chegada. O segundo colocado se aproxima e, ao invés de ultrapassá-lo, alerta o líder sobre o equívoco e o conduz para confirmar sua vitória.
Parece filme com enredo irreal e até piegas. Ainda mais no competitivo mundo do esporte de alto rendimento. Mas essa história, ocorrida no dia 2, continua sendo exaltada no noticiário e nas redes sociais.
Correndo diante de sua torcida, o vencedor do ano passado, o espanhol Iván Fernández Anaya, 24, negou-se a conquistar a prova de cross country de Burlada, em Navarra.
Sua vaidade sucumbiu ao espírito esportivo, e ele preferiu manter o curso normal da competição, com triunfo do queniano Abel Kiprop Mutai, que havia conquistado o bronze nos 3.000 m com obstáculos em Londres-2012.
"Eu não merecia ganhá-lo. Fiz o que tinha que fazer", afirmou Fernández em declaração reproduzida pelo jornal "El País", da Espanha, ontem. "Ele era o justo vencedor, me impôs uma distância que eu já não podia ter superado se não se equivoca. Desde que vi que ele parou, eu sabia que não ia passá-lo".
Hoje, em seu blog, Fernández comentou a repercussão de sua atitude, que continua sendo elogiada duas semanas depois.
"Hoje está sendo um dia especial para mim -ou melhor, muito especial- nunca pude pensar que meu gesto com Mutai chegaria aonde está chegando. Estou em uma autêntica nuvem, são muitos os comentários, entrevistas, reportagens sobre o sucedido. Queria agradecê-los por tudo o que vocês fizeram por mim", escreveu.
No dia seguinte à prova, ele descreveu no seu blog os momentos da reta de chegada.
"A 100 m do fim, vejo que Mutai começa a saudar o público e vai freando. As pessoas ali presentes, ao ver que eu chegava, gritam para ele, porém Mutai não entende nada. Eu não dava crédito, pois só havia um arco de chegada. Quando cheguei até ele, coloquei a mão na suas costas e lhe disse que a meta estava mais adiante. Ele não me entende, logicamente, e decido ir com ele até a chegada", disse.
Antes mesmo de ser enaltecido na mídia, ele já se mostrava satisfeito. "Muito contente com as sensações obtidas e por ter podido estar lado a lado com um fora de série como Abel Mutai, muito bom atleta e melhor pessoa", acrescentou.
Técnico
Dono de dois diplomas de curso superior e em busca do terceiro em mecatrônica, Fernández é treinado pelo ex-campeão mundial e medalhista olímpico Martín Fiz.
"Foi um gesto de honradez muito bom", declarou o técnico a "El País". "Um gesto dos que já não se fazem. Melhor dizendo, dos que nunca foram feitos. Eu mesmo não o teria feito", admitiu. "Isso lhe fez ser melhor pessoa, porém não melhor atleta".
"Não havia nada em jogo, tampouco muito dinheiro, exceto poder dizer que havia derrotado um medalhista olímpico", afirmou Fernández a "El País". Ele reconheceu que, numa competição relevante, teria outro comportamento.
"Outra coisa, claro, seria se, em disputa, houvesse uma medalha de Mundial ou de Europeu. Então, acho que sim, eu teria aproveitado para ganhar Mas também creio que deu mais nome ter feito o que fiz do que se tivesse ganhado. E isso é muito importante porque, hoje em dia, tal como as coisas estão em todos os ambientes, no futebol, na sociedade, na política, onde parece que vale tudo, um gesto de honradez vem muito bem", opinou.
Parece filme com enredo irreal e até piegas. Ainda mais no competitivo mundo do esporte de alto rendimento. Mas essa história, ocorrida no dia 2, continua sendo exaltada no noticiário e nas redes sociais.
Correndo diante de sua torcida, o vencedor do ano passado, o espanhol Iván Fernández Anaya, 24, negou-se a conquistar a prova de cross country de Burlada, em Navarra.
Sua vaidade sucumbiu ao espírito esportivo, e ele preferiu manter o curso normal da competição, com triunfo do queniano Abel Kiprop Mutai, que havia conquistado o bronze nos 3.000 m com obstáculos em Londres-2012.
"Eu não merecia ganhá-lo. Fiz o que tinha que fazer", afirmou Fernández em declaração reproduzida pelo jornal "El País", da Espanha, ontem. "Ele era o justo vencedor, me impôs uma distância que eu já não podia ter superado se não se equivoca. Desde que vi que ele parou, eu sabia que não ia passá-lo".
Hoje, em seu blog, Fernández comentou a repercussão de sua atitude, que continua sendo elogiada duas semanas depois.
"Hoje está sendo um dia especial para mim -ou melhor, muito especial- nunca pude pensar que meu gesto com Mutai chegaria aonde está chegando. Estou em uma autêntica nuvem, são muitos os comentários, entrevistas, reportagens sobre o sucedido. Queria agradecê-los por tudo o que vocês fizeram por mim", escreveu.
No dia seguinte à prova, ele descreveu no seu blog os momentos da reta de chegada.
"A 100 m do fim, vejo que Mutai começa a saudar o público e vai freando. As pessoas ali presentes, ao ver que eu chegava, gritam para ele, porém Mutai não entende nada. Eu não dava crédito, pois só havia um arco de chegada. Quando cheguei até ele, coloquei a mão na suas costas e lhe disse que a meta estava mais adiante. Ele não me entende, logicamente, e decido ir com ele até a chegada", disse.
Antes mesmo de ser enaltecido na mídia, ele já se mostrava satisfeito. "Muito contente com as sensações obtidas e por ter podido estar lado a lado com um fora de série como Abel Mutai, muito bom atleta e melhor pessoa", acrescentou.
Técnico
Dono de dois diplomas de curso superior e em busca do terceiro em mecatrônica, Fernández é treinado pelo ex-campeão mundial e medalhista olímpico Martín Fiz.
"Foi um gesto de honradez muito bom", declarou o técnico a "El País". "Um gesto dos que já não se fazem. Melhor dizendo, dos que nunca foram feitos. Eu mesmo não o teria feito", admitiu. "Isso lhe fez ser melhor pessoa, porém não melhor atleta".
"Não havia nada em jogo, tampouco muito dinheiro, exceto poder dizer que havia derrotado um medalhista olímpico", afirmou Fernández a "El País". Ele reconheceu que, numa competição relevante, teria outro comportamento.
"Outra coisa, claro, seria se, em disputa, houvesse uma medalha de Mundial ou de Europeu. Então, acho que sim, eu teria aproveitado para ganhar Mas também creio que deu mais nome ter feito o que fiz do que se tivesse ganhado. E isso é muito importante porque, hoje em dia, tal como as coisas estão em todos os ambientes, no futebol, na sociedade, na política, onde parece que vale tudo, um gesto de honradez vem muito bem", opinou.
FONTE: FUXICO
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