Eu sempre falo a palavra catimbó como sinônimo de macumba, mas hoje aprend que não tem nada a ver. Wikipédia explica:
Catimbó
Galho da Jurema (
Mimosa hostilis). Nesta planta nativa do nordeste brasileiro, há uma grande concentração da substância
dimetiltriptamina ou DMT, responsável por seus efeitos psicoativos.
Catimbó é um conjunto específico de atividades mágico-religiosas, originárias da
Região Nordeste do Brasil. Conhecido desde meados do
século XVII, o catimbó resulta da fusão entre as práticas de magia provenientes da
Europa e rituais indígenas de
pajelança, que foram agregados ao contexto das crenças do
catolicismo. Conforme a região de culto, influências africanas podem ser notadas, de forma limitada, entretanto.
A
Stricto sensu, o catimbó não pode ser considerado uma
religião, uma vez que não reúne em sua estrutura elementos doutrinários próprios, como
dogmas ou
liturgias. Assim, concebe-se o catimbó como um culto, um sistema mágico calcado sobre os preceitos do
catolicismo popular. Nas sessões, cultuam-se os
santos católicos, a
Virgem Maria e
Jesus Cristo, bem como as ervas sagradas e a árvore da
Jurema, onde se apoia toda a organização do catimbó.
A
Jurema (
Mimosa hostilis), nativa do agreste e sertão nordestinos, é um arbusto
Fabáceo, do qual se fabrica uma
bebida psicoativa de mesmo nome. Tal bebida, também conhecida como
Vinho da Jurema, é composto por uma variedade de ervas, ao qual se adiciona
cachaça ou
vinho branco. A ingestão da Jurema, em conjunto com os
toques, as cantigas rituais do catimbó, provoca um estado de
transe profundo, interpretado pelos Catimbozeiros, como a incorporação dos
Mestres da Jurema. Estas entidades espirituais, que supostamente habitariam o
Mundo Encantado ou
Juremá,
teriam sido adeptos do catimbó que, ao morrerem, se "encantaram", ou
seja, foram milagrosamente transportados a este estamento
espiritual,
de onde poderiam atender os vivos pela realização de curas e
aconselhamento, desde que para tal fossem requeridos através da
incorporação.
Conceito
Etimologia
A origem do termo
catimbó é controversa, embora a maior parte dos pesquisadores afirme que deriva da
língua tupi antiga, onde
caa significa
floresta e
timbó refere-se a uma espécie de
torpor que se assemelha à morte. Desta forma, catimbó seria
a floresta que conduz ao torpor, numa clara referência ao estado de transe ocasionado pela ingestão do
vinho da jurema, em sua diversidade de ervas. Outras teorias, porém, relacionam o vocábulo com a expressão
cat,
fogo, e imbó,
árvore, neste mesmo
idioma. Assim,
fogo na árvore ou
árvore que queima relataria a sensação de queimor momentâneo que o consumo da Jurema ocasiona. Em diversos estados do
nordeste brasileiro, onde os rituais de catimbó são associados unicamente à prática de
magia negra,
a palavra ganha um significado pejorativo, podendo englobar qualquer
atividade mágica realizada no intuito de prejudicar outrem.
Terminologia
O termo
catimbozeiro é usado para designar os adeptos do catimbó, embora, ofensivamente, também possa referir-se a qualquer praticante de
magia negra,
Candomblé ou
Quimbanda. O vocábulo
Juremeiro,
também pode, embora erroneamente, referir-se aos praticantes de
catimbó; entretanto, em linhas gerais, o tratamento é destinado ao
indivíduo que, além do culto a
Jurema, é devoto dos
orixás do panteão africano, integrando, assim, a nação
Xambá ou
Xangô.
Ademais, diversos credos distintos fazem uso dos efeitos psicóticos da
Jurema, embora nenhum deles possa, de fato, ser considerados Catimbó.
Origem do culto
O culto à árvore da Jurema remonta a tempos imemoriais, anteriores, inclusive à
colonização portuguesa na América. A altura, diversas
tribos indígenas da atual
Região Nordeste do Brasil,
reverenciavam a Jurema por suas propriedades psicoativas, inserido-a em
diversos ritos de comunicação com as divindades de seu
panteão através do
transe, alguns dos quais ainda preservados pelas comunidades da região. O
Toré,
uma forma específica de culto à Jurema, é, por vezes a única forma de
identificação cultural remanescente entre os ameríndios do Nordeste.
Esta variedade de cultos, entretanto, foi severamente reduzida por ocasião do contato
europeu, de forma que a tradição da
Jurema sagrada teve de ser adaptada aos preceitos católicos, devido à forte repressão colona aos cultos considerados
pagãos. Assim, o vasto panteão aborígene foi gradualmente suprimido, sendo adotado, nos rituais da população
cabocla, as mesmas
deidades
do catolicismo tradicional. O culto aos antepassados, porém, por sua
grande influência, foi mantido e, ademais, adaptado à realidade dos
Mestres da Jurema.
Entidades espirituais
O Catimbó, assim como a maior parte das
religiões xamânicas, é considerado um culto de
transe
e possessão, no qual as entidades, conhecidas como Mestres, se
apoderariam do corpo do Catimbozeiro e, momentameamente, tomariam todos
os domínios básicos do organismo. Entretanto, diferentemente do que
ocorre na
Umbanda, onde os espíritos se organizam em
direita e
esquerda
conforme a natureza positiva ou negativa que possuam, os Mestres são
relativamente neutros, podendo operar tanto boas quanto más ações. Tais
Mestres seriam figuras ilustres do Catimbó, que, quando
vivos,
teriam realizado diversos atos de caridade por intermédio do uso de
ervas e propriedades xamânicas, de modo que por ventura de sua
morte,
teriam sido transportados a uma das Cidades místicas do Juremá,
localizada nas imediações de um arbusto de Jurema plantado pelo Mestre
anteriormente a seu falecimento.
Caboclos da Jurema
Subordinados aos mestres, encontram-se as entidades conhecidas como
Caboclos da Jurema. Esta forma de espírito ancestral, representa os
pajés e
guerreiros indígenas falecidos, envidados ao
Mundo Encantado
de forma a auxiliarem os Mestres na realização de boas obras. Os
Caboclos são sempre invocados no início do culto, antes mesmo da
incorporação seus superiores. Estes seres
espirituais, seriam os responsáveis pela prescrição de ervas medicinais, banhos e rezas que afastariam o mau-olhado e o
infortúnio.
Estrutura do Juremá
O universo espiritual do catimbó segue o mesmo padrão estamental do catolicismo (de onde se origina as crenças de
céu,
inferno e
purgatório
bastante difundida entre os Catimbozeiros) diferindo, apenas, pela
adição do Juremá, onde habitariam os Mestres da Jurema e seus
subordinados. Segundo a crença, o Juremá seria composto de uma profusão
de
aldeias,
cidades e
estados, os quais trariam um rígida organização
hierárquica,
envolvendo todas as entidades Catimbozeiras, tais como caboclos da
jurema e encantados, sob o comando de um ou até três Mestres.
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Cada aldeia tem 3 Mestres. Doze aldeias fazem um estado com 36
Mestres. No Estado ha cidades, serras, florestas, rios. Quantos são os
estados? 7 segundo uns: Vajucá, Tigre, Cadindé, Urubá, Juremal, Fundo do
Mar e Josafá. Ou cinco ensinam outros: Vajucá, Juremal, Tanema, Urubá e
Josafá.
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Ligações externas